domingo, 30 de outubro de 2011

Still in my heart.

Bebo um gole de café e observo centenas de papéis brincando pelo ar quando dois jovens se esbarram. Eles imploram por desculpas, envergonhados, e seus olhos se cruzam por um momento, trazendo uma sensação estranha e inexplicavelmente boa para ambos. Típica cena de filme, tão clichê. Seria o destino? Volto ao mesmo local todos os dias, sento-me na mesa redonda ao fundo e peço mais um café. Puro e amargo. Encontro àqueles dois jovens diariamente, em pessoas diferentes. Casais com personalidades, gostos e rostos distintos, mas sempre com o mesmo começo, meio e fim. Acompanho a rotina que os leva ao romance. Olhares e desejos, sorrisos e toques singelos. Um lindo buquê de rosas vermelhas. O amor acontecendo diante dos meus olhos sempre foi a minha parte favorita.
Amor? Mas que amor? Vejo quando os sorrisos começam a desaparecer. As rosas acabam mortas no chão, pisoteadas e pouco importantes. As conversas se tornam silêncio e as palavras se tornam gritos de raiva reprimidos. Às vezes demora meses para acontecer, outras apenas algumas semanas ou até alguns dias. Acompanhada de mais uma bebida, assisto o despedaçar de um coração. Então escrevo. Escrevo porque a dor é inspiradora; porque só um escritor conhece a frieza (ou a coragem?) de converter as lágrimas suas e alheias em contos ou poesias.
            Vejo mundos caindo, o amor sendo destruído dia após dia, mas então o pôr do sol machuca meus olhos e eu sorrio sozinha. É nesse momento em que sempre penso em você e me sinto em paz. Sinto-me em paz porque sempre percebo que, um piscar de olhos ou anos depois, eu ainda te amo. Ainda sinto você no meu coração. E na minha alma.


ps: meio baseado em fatos reais.  Sem mais.
ps²: VOLTEI :) Comentem, hunf. 

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