sexta-feira, 8 de julho de 2011

Parte do que me falta

(postado originalmente em 3 de maio de 2010)

Lembrei que sonhei com você hoje. Você deitou atrás de mim, abraçou-me e disse que tudo daria certo. Aquele abraço que eu tenho precisado há tanto tempo, e que eu não sei como ou para quem pedir. Sei que foi apenas imaginação, mas ainda assim foi reconfortante o suficiente para que eu acordasse completamente frustrada.
Perder um parente, ou simplesmente alguém amado, é algo que eu gostaria de poder evitar que todas as – poucas – pessoas que eu amo passassem. É só mais uma das coisas que eu quero e não posso fazer.
Desculpem-me aqueles que perderam tios, tias, avós, avôs, primos ou outros parentes mais distantes, mas perder os pais é a pior coisa do mundo. Filhos, amigos próximos e aquele grande amor são comparáveis. Deveria ser proibido. Deveria ser aquele tipo de pecado que todos temem cometer, mas quem seriam esses pecadores? A vida? A morte? Deus? É difícil entender como o mundo funciona, quais são as reais regras dele. É difícil se adaptar a ele.
Fico imaginando como àquelas pessoas que sobrevivem às tragédias... Conseguem também sobreviver à vida. Se quando eu perdi você eu senti todo o meu mundo parando, ruindo, despencando. Ainda me sinto assim às vezes, sabia? Perdão pela minha sinceridade – eu não gosto de mentir. Sou péssima em fingir. O vazio que sempre será o seu lugar é um lugar perfeito para aquele tipo de dor que qualquer ser humano em sã consciência acha impossível suportar.
Às vezes eu consigo evitá-lo. Quase sempre. Ter me conformado – embora me irrite até hoje – foi o primeiro passo. Ter aceitado que foi o melhor, e não daquela maneira fria e vazia que as pessoas dizem quando querem acreditar em algo, foi o segundo. Às vezes lembro de ti sem que doa tanto, e me sinto bem por isso. Mas isso não preenche o vazio.
E ele, mais cedo ou mais tarde, sempre volta a doer.

ps: o texto continua, mas não consegui postar rs
ps²: continuo com bloqueio ;/
ps³: quem ler, comente, \fu u.u

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